A ferida colonial
- sagradocoletivo1
- 12 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
A colonização dos povos originários deste território, que hoje chamamos de Brasil, nunca teve um fim.

Ser uma mulher brasileira é carregar consigo todas as possibilidades, de todas as culturas que já existiram e tocaram os pés sobre esta terra.
E de todas as culturas que teriam existido, se não tivessem sido golpeadas pela colonização.
Você já se perguntou como seria a sua vida se os portugueses nunca tivessem chegado ao Brasil?
Fazer essa pergunta é o primeiro passo para resgatar a sua voz - e não mais se deixar calar pelo homem branco.
Quem disse que o corpo é uma vergonha, e é melhor escondê-lo? Quem inventou o conceito de pecado, só para ameaçar as pessoas que vivem livres?
Quem disse que não dá para amar duas pessoas ao mesmo tempo, e o correto é se comprometer com apenas uma - de preferência, até a morte?
Quem disse que "a moral e os bons costumes" se referem a reprimir os desejos do próprio corpo e da própria alma? Para agradar a quem? Quem fica feliz com isso?
Faz sentido adorar um deus que não gosta da alegria?
Que manda para o inferno quem insiste em aproveitar a vida?
Se você está aqui, é porque já se todas essas mesmas perguntas várias vezes - mesmo que de forma quase inconsciente. Você já decidiu que não quer se conformar com um papel menor na Terra, sempre se reprimindo, sempre se culpando.
A questão, agora, é como se livrar disso.
E o primeiro passo para a liberdade é encarar a resposta. Sim, a resposta para todas essas perguntas é a mesma:
o colonizador cristão.
O homem branco só dominou e exterminou culturas e povos por todo o Ocidente por meio do discurso cristão.
Você já se perguntou por que os povos originários não expulsaram os jesuítas daqui? Ora, porque foram contaminados com o medo do inferno.
Porque lhes disseram que o corpo é uma vergonha, e é melhor escondê-lo. Falaram de moral e bons costumes. Inventaram que só existe um deus - aquele que manda as pessoas livres para o inferno.
Essa ferida colonial segue aberta na mente, no corpo e na alma da população de dezenas de países que foram colonizados pelo cristianismo.
Está mais do que na hora de rompermos com essa tradição que vem nos prejudicando há séculos. Que manteve presas nossas mães, avós, bisavós. Indígenas, brancas, pretas. Descolonizar é a palavra.
Não, não você não pode operar toda essa mudança sozinha.
É por isso que o Sagrado é Coletivo.